Previamente, tratamos de Homero e Hesíodo e de alguns filósofos pré-socráticos. Desta vez, falamos sobre Sócrates a partir da Apologia de Sócrates, escrita por Platão. Os principais elementos do contexto da vida e filosofia socrática são o advento da democracia ateniense e o movimento dos chamados sofistas.
Informações básicas:
- Homero e Hesíodo (VIII-VII a.C.)
- Hesíodo (entre 750 e 650 a.C.; Grécia antiga; atual Turquia; Os trabalhos e os dias; Teogonia).
- Tales de Mileto (aproximadamente 624 a.C-547 a.C.)
- Heráclito de Éfeso (VI a.C – V a.C.) [fogo] [logos, conhecimento]
- Demócrito de Abdera (460 a.C. – 370 a.C) [átomo]
- Gorgias (483 a.C – 375 a.C.)
- Protagoras (c. 490 a.C. – c. 420 a.C.)
- Sócrates (c. 470 a.C. – Atenas, 399 a.C.)
- Platão (427 a.C. – 348 a.C., Atenas)
Os sofistas:
“Os gregos estavam ‘experimentando uma nova forma de governo, a democracia’ (W. Keith, 5). Portanto, eles estavam explorando como tomar decisões sem uma autoridade superior. Eles precisavam criar leis baseadas na demanda e no voto popular. No século V a.C., eles não tinham meios de comunicação de massa, imprensa e quase nenhum texto. Eles dependiam principalmente da fala. Isto significava que ‘os atenienses precisavam de uma estratégia para falar eficazmente com outras pessoas em júris, em fóruns e no Senado’ (W. Keith, 5). Foi então que os sofistas começaram a surgir. Originalmente conhecidos como sicilianos, eles começaram a ensinar os atenienses a falar de maneira persuasiva para trabalhar com os tribunais e o Senado. Não se sabe realmente como esses sicilianos, que se tornaram sofistas, inicialmente desenvolveram interesse em ensinar aos outros como falar de forma persuasiva. No entanto, o interesse em receber formação dos sofistas aumentou (The Origins of Rhetoric Keith & Lundberg)” (traduzido daqui).
Fragmento da Apologia de Sócrates:
“Examinando esse tal – não importa o nome, mas era, cidadãos atenienses, um dos políticos, este de quem eu experimentava esta impressão – e falando com ele, afigurou-se-me que esse homem parecia sábio a muitos outros e principalmente a si mesmo, mas não era sábio. Procurei demonstrar-lhe que ele parecia sábio sem o ser. Daí me veio o ódio dele e de muitos dos presentes. Então, pus-me a considerar, de mim para mim, que eu sou mais sábio do que esse homem, pois que, ao contrário, nenhum de nós sabe nada de belo e de bom, mas aquele homem acredita saber alguma coisa, sem sabê-la, enquanto eu, como não sei nada, também estou certo de não saber. Parece, pois, que eu seja mais sábio do que ele, nisso – ainda que seja pouca coisa: não acredito saber aquilo que não sei. Depois desse, fui a outro daqueles que possuem ainda mais sabedoria que esse, e me pareceu que todos são a mesma coisa. Daí veio o ódio também a este e a muitos outros.” (Platão, Apologia de Sócrates).
Fonte:
Platão. Apologia de Sócrates. (Acessível aqui).